terça-feira, 28 de julho de 2009

MONTAGEM DE PISTA - ANGULAÇÕES

Muitas vezes uma pista fica prejudicada por uma má angulação de obstáculos.Na maior parte das vezes sem razão aparente, más angulações tornam a pista travada daquelas que parece que condutor e cão estão sempre em conflito.Ao desenhar a pista e fazendo a sua medição é possível de ver mais ou menos a trajectória do cão.Quantos menos recortes melhor a fluidez da pista.Um dos truques é fazer ângulos entre as interseções dos obstáculos ( linhas prolongadas ) de mais ou menos 90º para cima. Na figura de cima apresento alguns exemplos de como melhorar uma sequência sem a alterar.
Este é um ponto onde os juízes têm de ter atenção de modo a que a pista se apresente fluída e se evitem muitas das vezes acidentes desnecessários.Por falar em acidentes deve de haver algum cuidado na colocação da casa.Embora o regulamento nada fale sobre este assunto sabemos que uma angulação mais fechada e os cães "raspam" o focinho na lateral ao entrar e com isso provocam ferimentos junto da zona ocular.Todo arco da entrada na parte rígida da casa deve estar protegida por material macio de modo a também evitar acidentes.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

PISTAS - GRAUS E DIFICULDADES 2

Para entenderem este post é importante que leiam o anterior.O que aqui apresento jamais é ou será um critica a quem pensar e ou agir de forma diferente mas sim a minha opinião e experiência.Eu também já caí na tentação da armadilha.É a forma mais simples de demonstrar dificuldade principalmente para o grau III.Como em tudo na vida a experiência vai-nos dando segurança e com ela deixamos de estar presos na necessidade de mostrar aquilo que muitas vezes nem nós gostamos.Por isso hoje digo e aconselho os mais novos para que se libertem dessa amarra da dificuldade evidente e partirem para a dificuldade oculta.
Dificuldade evidente-Aquela que qualquer condutor por mais desatento que seja vê.
Dificuldade oculta - Aquela que o condutor terá de estar muito atento no reconhecimento para poder ultrapassá-la.
Na imagem de cima dou alguns exemplos.A,B,C dificuldade evidente e que de certeza trará um bom numero de eliminados.Em D, uma dificuldade oculta,parece fácil mas não é.
Em E uma dificuldade evidente mas que não traz tantos problemas e que pode ser usada.
Claro que são exemplos e cada juiz terá os seus.Trazer todos aqui seria fastidioso,mas talvez assim possa ficar mais claro o que escrevi no post anterior.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

PISTAS - GRAU E DIFICULDADE

Muitos se queixam de não encontrar indicações para os juízes acerca da sua actividade.Temos o regulamento da FCI e as Guidelines que vão saindo ano após ano.Não vou comentar aqui se tudo está correto ou não, ou bem ou mal escrito,mas que está escrito está.Por exemplo no tema de hoje dizem as Guidelines mais ou menos o seguinte:

"Uma pista deve ser projectada e construída de modo que:
-Não contenha armadilhas
-É divertida e prende a atenção dos espectadores
-Possa ser julgada sem problemas
-O traçado é fluido mesmo para classes mais avançadas ( O TSP pode igualmente ser um grau de dificuldade)" fonte Guidelines FCI 2009

Lendo isto pensei em como muita gente está equivocada em relação a pistas e suas dificuldades.Bom antes gostaria de dizer que embora a FCI permita que cada País tenha as suas regras ( exemplo do grau III ) ela mesmo reconhece em seu regulamento apenas o grau I e II ( veja-se o campeonato do mundo aberto a cães do grau II ).Digo isto para que entendam o meu raciocínio.Quantas vezes ouvimos dizer que tal pista é muito fácil para o grau III ?Aí os juízes começam a "ter de inventar" dificuldades de maneira que pareça bem explicito que a pista tem dificuldades para o grau III,incorrendo muitas vezes em um dos pontos que a FCI aconselha a não fazer -conter armadilhas -.Uma coisa é ter exercícios bem montados onde a destreza e treinamento da dupla é posto á prova e outra são as tais "armadilhas" daquelas ou cais ou não cais.Uma pista com "armadilhas" não é divertida para o publico,geralmente é difícil de julgar e o traçado raramente é fluido, ou seja o juiz fica vitima da própria armadilha.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

1000 ACESSOS ULTRAPASSADOS

Quando pensei neste blog jamais prespetivei tanta gente a visitá-lo.É um blog técnico, com algumas curiosidades ligadas ao agility.Falar de regra nem sempre é fácil porque a regra tem sempre alguma parte de interpretação.É essa interpretação que eu tento levar á discussão e aprimoramento.Á uns dias atrás passou de 1000 acessos.Outra coisa que me deixa contente é a diversidade de países que de onde fazem esse acesso.Claro que os de Portugal me deixam sempre muito contente,conheço muita gente do agility de lá , alguns nem tanto e infelizmente nunca fui lá juiz.É o meu país que amo de coração,embora cada vez mais me sinta também Brasileiro.Por falar nisso essa é a minha tristeza os meus colegas Brasileiros não aproveitarem o blog para trocarmos experiências e opiniões.Essa era a ideia principal.Porque será ?Trocar ideias e experiências é tornarmo-nos mais fortes e com isso o agility Brasileiro também o será.Entretanto o meu obrigado a todos os que têm visitado e comentado o blog e prometo continuar a apresentar matérias sobre regras e julgamentos.
Obrigado especial á minha familia por aturar a minha maluquice pelo agility e ao meu grande amigo Luis Narciso meu grande mentor.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

DESTRUIÇÃO DE OBSTÁCULO 2

Quando existem vários factores a ter em conta tudo pode acontecer.Este vídeo é do Fabiano.A dupla Vivian com o Elvis.Beijo Vivian e umas festinha nesse louquinho.Bom vamos lá falar sobre isto.Destruição de obstáculo existe sempre que por acção do cão ou condutor um obstáculo deixa de estar na posse de todas as suas funções.No caso concreto da imagem o obstáculo é o numero 1 e numero 20.Ao saltar o Elvis que seguramente deve ter escorregado, ao derrubar a vara derruba a asa direita do salto.A asa não chega a tocar no solo é verdade mas deixa de estar na sua posição inicial.Trata-se do primeiro salto e por isso mesmo passível de algum cuidado na sua reconstrução.Inclusive tenho algumas duvidas se a asa ao se deslocar não parou a foto célula.

Eu marcaria destruição de obstáculo, mas também aceito que na hora do julgamento tivesse ficado alguma duvida pelo simples facto de que a asa não tombou por completo e assim nessa duvida beneficiar a dupla.Temos falado que sempre que por exemplo as laterias de um muro ficarem no mesmo lugar independente de todo o meio tiver caido, o cão pode passar entre as laterais na segunda passagem.Logo aqui estamos QUASE com uma situação identica.

terça-feira, 14 de julho de 2009

DESTRUIÇÃO DE OBSTÁCULO

Muitas pessoas por vezes não entendem o conceito de destruição de obstáculo. O obstáculo está destruído quando por acção do condutor ou do cão este deixa de ter alguma das suas funções iniciais em acção para a continuação da competição.Se um cão tem de passar mais do que uma vez no obstáculo seja por refugo ou por ordem da pista e este não se encontra em condições de ser abordado deve ser considerado destruição.
Algumas pessoas questionam se o obstáculo destruído é o numero 5 e depois apenas o numero 16 ( exemplo da figura ) dá tempo de ser reconstruído e estar em condições normais de ser executado em 16.Parece simples mas não o é.
Uma coisa é os auxiliares de pista levantarem uma barra caída colocando-a no lugar, outra coisa é refazer um obstáculo em que uma ou ambas as laterais do salto estão no chão.
Cada obstáculo tem a angulação que o juiz determinou e só ele tem em mente a angulação .Se um auxiliar faz essa reconstrução sem a supervisão do juiz, podemos ter facilmente a angulação alterada e aí já não é a mesma pista, ( exemplo da figura ).
Logo neste caso o juiz teria de interromper a corrida para poder recolocar o obstaculo para a segunda passagem.
Por isso sempre que um cão tem de repetir o obstáculo e na primeira passagem o destroi se marca eliminação.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Se fosse preciso

Este fim de semana terminou a 1ª Copa Paulista de Agility com etapa dupla.No sábado chuva , muita chuva e sinceramente temi pela "juventude" dos árbitros designados para o evento.Naquele temporal era preciso ler muito bem as angulações , entradas de zonas de contacto, montagem das pistas. O que eles mostraram,pistas muito boas e que proporcionaram uma boa disputa no meio daquela água toda.No domingo o tempo estava bem melhor e as pistas continuaram num bom estilo para as decisões finais.Fluidez bom desempenho na montagem das pistas e bons julgamentos. Então não ouve erros perguntam vocês? Claro que houve,mas eu sempre digo que os melhores juízes são aqueles que erram menos. Estes seis erraram muito pouco Estou feliz com isso pois demonstra que os "jovens" árbitros estão a ouvir os conselhos da Comissão de Arbitragem. Dia 25 vamos ter uma reunião da Comissão de Arbitragem com os juízes.Vamos falar da nossa actividade, das dificuldades de alguns acertos na interpretação de algumas regras e confraternizar em um churrasco.Vai ser uma maneira de nos unirmos ainda mais.
Por falar em união parece que a família de árbitros de agility vai crescer pois temos mais uns sete ou oito interessados em uma nova banca, o que demonstra que a nossa actividade está a ganhar adeptos.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Do meio da pista

Ups ...voltei, mas não vou falar de regras nem de julgamentos.Não me apetece.Apetece-me falar do emaranhado de emoções que o agility por vezes faz.Como competição que é, acende por vezes irrazoablidades, para não dizer irracionalidades que é um pouco forte,que custa um pouco a entender.Em 11 anos de agility acho que posso contar pelos dedos as vezes em que eu ouvi de um condutor após um desaire, pista menos conseguida ou eliminação,que a culpa foi dele.Geralmente em primeiro lugar da desculpa bem sempre o cachorro, depois o juiz seja pela pista seja pelo julgamento, depois, depois bem o piso , as sapatilhas enfim todo o tipo de desculpas que vem a cabeça.O cachorro não se pode defender, o juiz não o faz porque na maior parte dos casos nem fica a saber, o piso diz eu já cá estava,as sapatilhas dizem tu é que me escolhes-te e o resto o resto são balelas.
O agility não é uma ciência,nem matemática.É um esporte, ou actividade canina como eu gosto de dizer, de uma equipa ou dupla.Só que nessa equipa, ou dupla só um é que pensa e desenha a estratégia e o outro não tem direito a opinião.Por vezes vemos uam dupla ser eliminada e o cachorro parece parar como que a dizer, " se me tivesses perguntado eu dizia-te que isto não ia resultar bem".Falta humildade a muita gente para reconhecer o seu próprio erro ou a sua falta de coragem para ir um pouco mais além , arriscar um pouco mais.Sendo assim tão bons porque não o fazem . Porque têm medo do imprevisto, do momento e porque sabem que certezas não existem.
Ora é essa incerteza de que o que deu certo hoje pode não resultar amanhã que fazem do agility ser tão apaixonante, ou existem duplas vencedoras eternas ?