segunda-feira, 4 de maio de 2009

EXPERIÊNCIAS E VIVENCIAS 1

Todos sabem a amizade e admiração que eu sinto por dois grandes juízes mundiais.
Luís Narciso de Portugal e Josep Boix Balaguer de Espanha.
Com isto pode parecer que outros não me merecem amizade e respeito, claro que sim, mas estes dois estão intimamente ligados ao meu inicio no agility.Por isso vou-vos contar duas histórias passadas com eles.
A primeira vez que vi agility na minha vida foi no final do ano de 1999 e quem julgou essa prova foi o meu amigo Josep Boix, Balaguer como sempre gostei de o tratar.
A sua postura a maneira como julgava a prova a simpatia para com todos os concorrentes me encantou e não descansei enquanto num clube canino em que era sócio em Portugal, o agility não virou realidade.Assim e quando resolvi organizar a minha primeira prova oficial o juiz convidado foi o Balaguer.Era um fim de semana de etapa dupla para o campeonato de Portugal. No sábado o clube organizador era o Caniclube que organizou a prova em Aveiro , cerca de 50 Km do Porto juntamente com uma exposição de beleza e nós no domingo no Porto. Sábado lá fomos nós até Aveiro assistir á prova e ajudar no que fosse preciso.A prova foi ao ar livre em um campo de terra pois a beleza ocupava toda a zona coberta e para o agility tinham destinado somente um canto com 25mt x 20 mt.Montada a pista, meu Deus caíu o mundo. Mas choveu tanto como nos bons dias de chuva aqui no Brasil.E o Balaguer julgando e molhando-se até dizer chega e eu sempre á espera que ele anula-se a prova, mas qual quê foi até ao fim.Timidamente me acerquei dele apresentado-me como organizador da prova do dia seguinte e disse-lhe.
Senhor Balaguer se amanhã tivermos esta chuva a grama do meu campo vai virar pantanal.
Sem problema respondeu ele.No dia seguinte S. Pedro enviou o restante de chuva do dia anterior, para terem uma ideia ás 11:oo da manhã tínhamos de estar com as luzes artificias acesas para termos alguma visibilidade.Mas ele fez a prova, só reclamando quando algum competidor demorava mais um pouco a entrar em pista.No final passamos em um shoping para comprar um par de sapatos novos para ele, os dele estavam desfeitos,foi a minha casa tomar um banho e mudar de roupa e seguimos para o aeroporto para ele viajar até Barcelona.Na despedida agradeceu mais uma vez o convite e quando lhe falei da chuva do fim de semana ele riu-se e disse-me. " Nós agiliteiros temos todos um pouco de loucos "

Passados uns meses, antes do mundial do Porto viajei até uma cidade do Sul de Espanha , Zafra, para assistir a uma prova de agility do campeonato daquele país em que o juiz era o meu amigo Luís Narciso. O grupo d Portugal encontrou-se para almoçar e fomos para uma feira de animais onde a prova iria ter lugar.Chegados lá as áreas cobertas estavam ocupadas com a exposição e a prova iria ser ao ar livre.Só que as condições do tempo estavam ainda piores do que as relatadas anteriormente já que juntamente com a chuva havia tanto vento que nenhuma lateral de salto ficava em pé.Aí alguém da organização disse algo em Castelhano mais ou menos assim:
"Se quiserem podemos fazer no pavilhão tal ".Resposta pronta do Luís Narciso. vamos para lá , perante o olhar admirado dos Espanhóis.Percebemos o porquê quando lá chegamos.Era aquilo que em Espanha se chama de um redondel.Uma arena coberta de piso de picadeiro , óptima para o agility ,mas.... redonda aí com uns 25 mt de diâmetro no máximo. lembro-me da cara do Luís olhando para nós como perguntando e agora e com aquele ser ar dizer : Então não vão buscar os obstáculos?.. Sentou-se na bancada e olhando a pista e as pistas que levava desenhadas alterou tudo para aquela circunferência.Fez a prova com a participação entre outras da campeã mundial Pere Saavedra. No final dizia: Então vim eu de tão longe e não fazia a prova?Era só o que faltava.Já no caminho de regresso paramos para jantar e perguntei-lhe da dificuldade dele em mudaras pistas que levava para um 40 x 20 para aquela circunferência.Um juiz a poucos meses de julgar um mundial correr o risco de a prova poder não correr bem.
Resposta dele. Quando me sentei na bancada para alterar as pistas, disse para comigo mesmo.
" Luís só podes ser louco "

DE que será feito então um agilyteiro? Que o leva a suportar situações que só louco suporta? Frio, sol, chuva, viagens enormes em alguns casos para 2 minutos de competição?
Que droga será essa de tal de agility chamada que nos corre nas veias ?
Como diz o meu grande amigo Zé do Queijo: " Agiliteiro é tudo nóia "

Obrigado a esses dois grandes amigos e juízes por me fazerem crescer o gosto pelo agility e hoje ser mais um louco ou nóia.

Em 2002 o Dan em viagem por Portugal competiu em Zafra fazendo parte da nossa equipa C. I. C. Norte.